segunda-feira, 19 de maio de 2014

A vida é boa

Hoje pela manhã eu assisti o trailler do filme inspirado no tão aclamado romance de John Green "A culpa é das estrelas". Li o livro em três dias e chorei um pouco nos últimos capítulos. Leio quase todos os dias citações em posts do Facebook de pessoas que estão lendo e, honestamente, não vejo uma pérola literária, vejo um best seller. E, bem, todos sabemos como funcionam a vida literária dos best sellers: produzidos, consumidos avidamente, viram filmes e depois de 10, 20 ou 30 anos, já não tem mais todo esse valor. Não precisa se passar tanto tempo para que o grande público deixe-os de lado - "Comer, Rezar e Amar", por exemplo, é de 2006, teve sua febre de citações, virou filme e acabou por aí, apesar da autora ter escrito uma espécie de continuação.

Pois bem, voltando "A Culpa é das Estrelas". Resumindo de modo grosseiro e até insensível, o livro é a história de Hazel, adolescente com câncer que redescobre um pouco do sentido da vida no seu novo amor Augustus Waters. Talvez esse amor todo dos fãs vem da atração pelas histórias fadadas a finais infelizes (como Romeu e Julieta, por exemplo, que Shakespeare me perdoe pela comparação) porém que encontram melodia e sentimentalismos no caminho que percorrem. A escrita de John Green é cheia daquelas frases de definições sobre a dor, o destino, a morte - o que também é um prato cheio para os leitores do Facebook.
Em uma das passagens do livro, Hazel visita um perfil de rede social de uma outra garota morta pelo câncer, lê todas as mensagens de carinho dos seus amigos e se sente uma granada, prestes a provocar vítimas e dor pela sua morte. Hazel e Augustus eventualmente falam do rótulo que se dá a vida de uma pessoa com câncer - quando ela morre, parece que tudo que essa pessoa fez foi ter câncer.
Certamente, o filme terá uma bilheteria significante, pois a narrativa lembra outras que envolvem amor e sofrimento, provocados pelo câncer, como Uma prova de amor (2009). P.S. Eu te amo(2007), Um amor para recordar (2002) e Lado a lado (1998). É bem provável que os cinemas alaguem de tantas lágrimas (chorei já assistindo ao trailler) e que as pessoas saiam mexidas das salas, repensando nos seus amores e nas suas dores ao ver aquele jovem casal lidar com a proximidade da morte de maneira tão bela.
Eu sugiro a leitura do livro até o dia 5 de junho, quando o filme será lançado.


Rua dos leitores. Mundo dos romances



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