Vida cigana

Toda vez que eu digo que os meus pais tem um parque de diversões infantil as pessoas falam: "Nossa, mas você deve ter sido a criança mais feliz do mundo". Sim. Fui. E era uma benção só que ao contrário. 

Sempre viajamos muito, muito mesmo. Costumo dizer que devo ter sido "feita" com o carro em movimento (mas acho que foi numa barraca de camping mesmo). Os meus pais começaram vendendo bola, daquela bolão, sabe? Meu pai teve uma mesa de jogos por um tempo. Depois comprou um pula-pula inflável e quantas histórias nesse pula-pula. Uma vez faltou luz e eu estava lá dentro, começou a "desabar" e imaginem só o desespero da criança. Felizmente, meu tio Juca (que trabalhou com eles por muito tempo) me "salvou" e os negócios cresceram...

Sobre eu ser a criança mais feliz, reitero. Era mesmo. Brincava várias vezes indo de carrossel em carrossel - um de jipes, um de motos, outro daquelas motos com carona. E sabe o que eu imaginava? Cada "volta" num dos brinquedos era uma viagem que eu fazia. "Agora to indo pra a praia" "Agora vou pra a casa de vó Rita" "Agora vou pra Feira". Acho que essa coisa de viajar já estava bem interiorizada em mim. 

Eu demorei a aprender a dirigir sozinha no bate-bate e isso era péssimo porque eu dependia do meu irmão mais velho para poder brincar no aparelho mais legal do parque. Até que um dia eu disse ao funcionário: eu sei, eu vou sozinha. Mentira. E quem estava lá percebeu. Nossa, acho que devo ter galo na cabeça até hoje (galo = aquele inchaço provocado por pancadas na cabeça). Mas depois,  a vingança foi maligna (risos internos e eternos). Quando eu aprendi a "dirigir" (leiam bater em todos sem limites), o responsável pelo brinquedo tinha que me proibir. E imagine que insuportável. Filha do dono e proibida? - Mainha, Zé não quer deixar eu ir no bate-bate. Sabem o que ela respondia? - Então não vai brincar mesmo. Minha mãe é dessas. Mas eu aprendi a ter limites assim.

Quero dizer alguns limites. Se eu contar a quantidade de vezes que briguei com outras crianças no tobogã, cama elástica, pula-pula... Teria que escrever um livro (o que não é má ideia), mas por enquanto fica só essa breve crônica de uma vida quase cigana. Afinal, ter Moura no nome deve ser algum sinal né?

Rua Parque Pintinho Mundo da Diversão Fotos: Rodrigo Cazeta

Lagoa Azul Baiana

Vocês já assistiram o filme Lagoa Azul,certamente, afinal de contas é cativo da Sessão da Tarde da Rede Globo e quem já teve na vida algum período de férias ocioso certamente deve tê-lo assistido. Pois bem, dá uma inveja de toda aquela natureza, lagos, cachoeiras, não é? Mas toda a inveja passa quando eu lembro que bem aqui, "pertinho" de nós há alguns paraísos não tão conhecidos mas cheios de beleza.

Há mais ou menos 2 meses, estive na Lagoa Azul, na Praia de Baixios, no município de Esplanada, litoral norte da Bahia e devo dizer que a vista é apaixonante, mas o banho no lago... é indescritível.

Para chegar até a Lagoa, fizemos uma caminhada de mais de 20 minutos (Apesar de todo mundo dizer que a duração é 20 minutos mesmo, parece bem mais - sob areia fofa e quente, sim, beeem quente.Caminhar em areia de praia tem a vantagem que as ondas do mar dão uma amenizada do calor nos pés e digamos que... Lagoa é lagoa)

Na ida, o que nos move é a curiosidade da linda e prometida Lagoa Azul, quase um oásis no deserto. Toda vez que perguntávamos se estávamos chegando às pessoas que estavam voltando, elas respondiam que sim. E puts. Nunca chegava. Mas uma hora chegou rs

Se você resolver ir algum dia desses, lembre de levar isopor com bebidas, lanche e guarda-sol, porque na Lagoa Azul não há barracas nem vendedores ambulantes (o que torna o ambiente familiar e muito mais confortável). No próprio percurso, há placas sinalizando que são proibidos aparelhos sonoros (ou seja, no pagode, no axé, no noise).

A água é doce (não bebi mas deu pra perceber) e cristalina, outra dica: coloque o guarda-sol dentro da água e aproveite. Mesmo ficando na sombra, peguei um super bronze (olhe que eu nem gosto de queimar a pele).

Depois do dia de lanches saudáveis, suco Ades (devem me pagar pela propaganda algum dia) e água fresca, resolvemos voltar. Difícil é criar coragem pra voltar, apesar de o Sol já estar mais ameno, a caminhada parece longa do mesmo jeito.

Enfim... em grupo, em casal, sozinho. A Lagoa Azul é linda, a água é linda, tudo é lindo.

Rua Lagoa Azul. Mundo da Areia Quente. Fotos: Rodrigo Cazeta

Joyeux anniversaire!

13 de março é aniversário da erótica exótica  heroica e guerreira Cachoeira. São 177 anos desde a emancipação política da cidade.
Preocupo-me muito com o futuro deste lugar que, apesar de todos os pesares, tem uma energia tão diferente. Para completar a "festinha de aniversário", além de Lepo Lepo (show de Psirico na programação da festa), publico abaixo mais algumas fotos minhas de ruínas da cidade. É difícil não percebê-las e sofrer ao ver tanta história se desfazendo com o tempo

Local: Rua Cachoeira Cidade Monumento Nacional. Mundo do Descaso. Fotos: Naiara Moura

Cachoeira de energia nova!

Nada renova mais que um bom banho de cachoeira. E isso só faz mais sentido se o banho for na cidade Cachoeira.
A conhecida "cachoeira do Villa Rial", que já visitei aos 12 anos (bons tempos de passeios de escola) e onde retornei um dia desses.
Lugar lindo de viver! Natureza linda!
Filmei pelo celular,por isso tem tantos ruídos.

Local: Rua Cachoeira do Villa Rial. Mundo da água gelada. Video: Naiara Moura (via celular)

Flores, Imagens, Cores

Há alguns meses,eu e mais dois colegas nos unimos para a produção de um ensaio fotográfico. O querido Baga de Bagaceira (nome artístico, fechativo total) foi o nosso modelo e a nossa inspiração. As fotos foram publicadas no jornal laboratorial Reverso edição 76 (indisponível nas bancadas do CAHL, porém de fácil acesso na hemeroteca pra quem não tem alergias).
Como espaço de jornal é beeeeeeeeeeem reduzido, apenas 6 fotos foram publicadas. Resolvi postar aqui mais algumas pois adorei as fotos.

Local: Rua Cachoeira. Mundo das Flores, Imagens, Cores.Produção: Ilze Melo e Baga de BagaceiraFotos: Naiara MouraConceito: Baga de Bagaceira

PS: A fotografia pra mim é um hobby, um caso de amor.